Em outubro do ano passado, terminado o especial de TV do Tributo ao Delinquentes produzido pelo Beto Fares, Pio Lobato me cumprimentou no estúdio e ali começou a conversa sobre produzirmos algo juntos. Umas semanas depois ele tocaria com o Suposto Projeto no Esquenta do Festival Se Rasgum e assim amarramos um ponto de partida para a parceria. Depois do evento, atropelado por outros projetos o diálogo passou por uma pausa e foi retomado no começo deste ano. Eu já estava tocando com o Felipe Cordeiro e as coisas acabaram se encaminhando para uma mistura de tudo isso.
Na calorenta tarde de 12 de março aconteceu o primeiro encontro dessa formação. Felipe levou uma música que já tinha tocado para mim algumas vezes, feita por ele sobre poesia de Dand M., e Pio e Vovô mostraram o arranjo que estavam trabalhando para Banho de Cuia, do José Maria Bezerra com um certo Emanuel Matos, por acaso, meu pai. Mais do que em qualquer conversa prévia, o entendimento foi mesmo ali, entre instrumentos, microfones e amplificador, incluindo no cenário um violão de cordas muito velhas e uma letra transcrita às pressas e incompleta numa folha de caderno.
Pela naturalidade com que as coisas se desenrolaram, deu pra perceber que os frutos poderiam ser bastante interessantes. Desde o início, o diálogo tem sido primordialmente musical. Mais tocar do que falar. E assim saíram as primeiras gravações: primeiro o registro, depois a autoanálise. Deste jeito, não limitamos as nossas possibilidades e aproveitamos o processo, que aqui pensamos e compartilhamos, deixando de lado o aprisionamento das definições.
Ana Clara
2 comentários:
Quero uma cópia da gravação depois.
Carlos "Canhão" Brito Jr.
Como já havia dito pro Felipe: Adorei essa iniciativa!
Colocar as música em primeira mão, sem muita coisa profissional, bem "massa grossa" mesmo é muito interessante!
Admito que nunca me passou pela cabeça isso!É uma ótima idéia!
Estou seguindo já!
Abraço
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